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25/09/2017

A (dificil ) recuperação pós parto 20 kg depois...


                    Antes de engravidar dos meus filhos era muito magra " um pau de virar tripas" , podia comer doces, chocolates, beber vinho, o peso não mexia.  Quando  engravidei dos meus filhos  mais velhos engordei cerca de 20kgs, mas nunca me preocupei com o peso  e a recuperação foi sempre rápida sem qualquer tipo de esforço adicional. 
Quando engravidei da Marta, o meu inicio de gravidez foi com muitas náuseas e vómitos o Nausef era o meu companheiro para conseguir conviver com os cheiros dos alimentos sem vomitar mas com o inicio do 2º trimestre o olfacto deixou de ser implicativo e tudo me sabia bem.
 Durante o 4ª mês de gestação perdi a minha mãe de forma inesperada e não sei se esta situação difícil que tive que enfrentar me trouxe algumas consequências no meu estado emocional e a comida passou a ser um refugio. Comia de tudo mas mais grave comia mal. Lembro-me que depois de uma consulta a médica deu-me um plano alimentar para as mãos para controlar o aumento de peso mas eu simplesmente dobrei o papel meti na mala e nunca mais olhei para ele.  A medica que sempre me acompanhou alertava-me várias vezes " Margarida, está a engordar muito depois não vai gostar de se ver"  mas eu respondia " eu recupero rapidamente, logo penso nisso". 
Não estava nada mas mesmo nada preocupada, nem pensava nisso, em mim ou na bebé, a minha dor sobrepunha se a tudo e comia o que aparecia à frente.

A Marta nasceu no dia 10 de Maio, o parto correu bem e foi rápido, mas eu estava imensa. Peso? Para lá dos 80 kg!
Lembro-me que quando regressei a casa vinda do hospital uma senhora abordou-me e diz " então o bebé quando é que nasce?" eu pensei " esta só pode estar parva, então não se vê que já nasceu". 
A partir daí os comentários sucediam-se  relativamente ao meu peso " agora tens que fechar a boca ", "ainda  estás muito inchada", " é o teu 3ª filho vai ser dificil", " a idade não é a mesma " e por aí fora, cada vez que ouvia um comentário  o meu sentimento relativamente ao meu peso era péssimo.  O que é facto é que continuava a vestir a roupa de grávida. 

A rotina de um recém nascido é sempre muito complicada, com as horas da amamentação, a privação do sono e além de tudo conciliar as rotinas dos mais velhos ( idas para a escola, trabalhos de casa, refeições).  Eu mal tinha tempo para comer e comia  mal , comia fora de horas,  petiscava o que estava à mão, comia tão pouco que pensava "assim vou emagrecer num instante", -  ERRADO!

1 mês depois da Marta ter nascido fui à balança e pesava 80 kg! 80! Eu  que no passado, era uma "trica espinhas" ! Fiquei em choque!  

Poucos dias depois estava sentada no consultório de um nutricionista, e ao ver-me entrar a empurrar um carrinho de bebé perguntou-me o que estava ali a fazer , eu apenas lhe disse que tinha passado um mês do nascimento da minha e não tinha perdido peso nenhum. Lembro-me deste nutricionista simpático e bem disposto, desvalorizou as minhas preocupações e reforçou para ter calma que ainda estava no período de amamentação e com o tempo o corpo iria ao lugar. 

   Não foi assim. O tempo passava e o peso não mexia , a minha auto estima cada vez estava mais em baixo. Olhava para a roupa e nada me servia, de um momento para o outro os meus tamanhos estavam no XL e calças nº42.   A minha roupa limitava se às leggins , calças e blusas largas (de grávida).  
2 meses depois de ter sido mãe
O pós parto não foi de todo um período fácil na minha vida, sentia uma grande falta da minha mãe (tinha sido o meu braço direito quando os meus filhos mais velhos nasceram), o meu pai também de luto e com problemas de saúde veio para a minha casa. Foi uma fase de um grande turbilhão emocional e a minha auto estima estava de rastos. Até que fui percebendo que tudo o que tinha acontecido eu não podia mudar, tinha que aceitar e andar para a frente. Parar de ter pena de mim própria, ficar escrava de todos os comentários e fazer alguma coisa por mim própria. Não, eu não aceitava que ter um terceiro filho seria a desculpa para o aumento de peso. Não, eu não aceitava que a idade era a desculpa para o corpo não ir ao lugar. Eu tinha que fazer alguma coisa, tinha que ser eu a faze-lo por mim. Não, eu não era pior mãe se dedica se algum tempinho só para mim. As criticas transformaram-se em motivação e força para a minha mudança.

Um dia olhei para mim e pensei que tinha que parar de vitimizar e ter pena de mim própria.

O meu Huguinho foi sempre o meu amparo em todos os meus lamentos, ouvia me  pacientemente e nunca por nunca me criticou a minha forma, pedia sempre para ter calma e paciência que com o tempo iria ao lugar. O apoio dele foi fundamental para ganhar força e determinação para iniciar o meu processo de perda de peso.

O importante é termos a força para começar.....




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